<figure><img alt="Acervo" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/monza009.jpg" /><figcaption>&lt;span class=&quot;hidden&quot;&gt;&#8211;&lt;/span&gt;<span class="copyright">Acervo/Quatro Rodas</span></figcaption></figure>
<p>Nos últimos meses temos visto empresas criarem <em>bodykit</em> de carros de luxo para equipar modelos comuns. <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/o-kit-de-r-12-500-que-transforma-um-toyota-rav4-em-lamborghini-urus/" target="_blank" rel="noopener">Seja a capa de Lamborghini Urus dada ao Toyota Rav4</a> ou até mesmo a maquiagem de <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/carros/ferrari">Ferrari</a> passada no <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/carros/toyota">Toyota</a> Prius.</p>
<p>No entanto, essas modificações não são <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/tudo-sobre/novidades">novidades</a> no mundo automotivo.</p>
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<p>Entre as décadas de 1980 e 1990, <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/dez-imitacoes-brasileiras-de-modelos-importados/" target="_blank" rel="noopener">era comum, no Brasil, a construção de veículos fora de série</a>, ou seja, modelos nacionais que ganhavam kit de modificação por empresas especializadas e adotavam um novo nome.</p>
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<p>Um desses casos é o do <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/carros/chevrolet">Chevrolet</a> Monza.</p>
<figure><img alt="Monza Classic SE 500 EF modelo 1990 da Chevrolet, testado pela revista Quatro Ro" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/02/monza-classic-se-500-ef-modelo-1990-da-chevrolet-testado-pela-revista-quatro-ro1.jpg.jpg" /><figcaption>Chevrolet Monza é o único sedã com título de modelo mais vendido na história da indústria nacional<span class="copyright">Acervo/Quatro Rodas</span></figcaption></figure>
<p>Na virada da década de 1970 para 1980, a Chevrolet – seguindo a tendência do mercado – deixou de adotar o design norte-americano para seus veículos brasileiros, passando a utilizar a base de carrocerias europeias produzidas pela alemã Opel, que na época fazia parte do grupo GM.</p>
<p>Um dos primeiros modelos dessa nova fase a aportar por aqui foi o Monza, principal lançamento da marca na década de 1980. Versão tupiniquim do Opel Ascona, ele tinha por objetivo substituir nada mais, nada menos, que o Opala.</p>
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<p>As novas linhas estruturais davam ao modelo uma <a href="https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/classicos-mercedes-benz-190-e-2-3-16-luxuoso-e-vitorioso/" target="_blank" rel="noopener">grande semelhança ao icônico Mercedes-Benz 190 E</a>.</p>
<figure><img alt="Christian Castanho" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/09/qr-699-classicos-mercedes-190e-01.jpg" /><figcaption>Mercedes-Benz 190 E é um dos modelos de maior sucesso da marca alemã<span class="copyright">Christian Castanho/Quatro Rodas</span></figcaption></figure>
<p>Como naquela época o Brasil contava apenas com as marcas generalistas (Volkwagen, Fiat, Ford e Chevrolet), a saída encontrada pela empresa Agromotor para dar um toque de luxo ao Monza foi de unir sua carroceria a peças do Mercedes, para assim construir um modelo com ar mais luxuoso e exclusivo.</p>
<p>Dessa forma, o Chevrolet passou a carregar itens como grade dianteira, pára-lamas, balanço traseiro, lanternas e volante todos inspirados (para não dizer plagiados) do sedã alemão. O resultado? Com a preparação, o Monza vira uma espécie de irmão bastardo do ilustre 190 E.</p>
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<figure><img alt="Monza Clube" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/monza-mercedes.jpg" /><figcaption>Ao lado esquerdo a Mercedes 190 E. Ao lado direito o Monza com kit<span class="copyright">Monza Clube/Reprodução</span></figcaption></figure>
<p>Por fora, os modelos se parecem tanto que qualquer pessoa menos entendida certamente vai enxergar o Monza 190 E como um Mercedes ao primeiro olhar.</p>
<p>Para distingui-los, é preciso ter um olhar mais aguçado para perceber as distinções. Além de bem mais estreito, o Chevrolet possui frente mais bicuda e faróis menores.</p>
<p>Mas o que assina o atestado de falso é alemão e a falta de casamento fiel entre faróis e capô, evidenciados pelas grandes lacunas entre as partes – comum em adaptações de peças.</p>
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<figure><img alt="Monza Clube" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/monza-merecedes.jpg" /><figcaption>Lateral com portais arredondadas, entregavam DNA Chevrolet do sedã<span class="copyright">Monza Clube/Reprodução</span></figcaption></figure>
<p>A lateral levemente arredondada entregava outras características do sedã nacional, que também possuía coluna C menor e conjunto de vidros maiores. O<span> Chevrolet carregava réplicas das rodas do modelo alemão.</span></p>
<p>Se, de lado, o modelo exibia os detalhes da carroceria Opel, o mesmo não se pode dizer da traseira.</p>
<p>Com a preparação, os veículos ficavam com balanços traseiros bem parecidos. Apenas o para-choque e o desenho da tampa do porta-malas, que não se prolongava até as lanternas, eram capazes de denunciar a cópia.</p>
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<figure><img alt="Monza Clube" decoding="async" src="https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/monza-mercedes-2.jpg" /><figcaption>A diferença entre as rodas está na estrutura. A do Mercedes possui cinco pontos de fixação, enquanto o Monza possui quatro<span class="copyright">Monza Clube/Reprodução</span></figcaption></figure>
<p>Não bastassem faróis, grade e balanço traseiro muito similares, a Agromotor adicionava emblemas da Mercedes-Benz no Monza 190 E, o que ajudava a aumentar ainda mais a confusão.</p>
<p>Se nenhum dos detalhes anteriores bastasse, tudo poderia ser resolvido com a simples abertura do cofre do motor.</p>
<p>O Monza era modificado esteticamente, mas seguia movido pelo motor 2.0 carburado de 100 cv e 16,2 kgfm de torque, que acelerava de 0 a 100 km/h em 12 segundos e tinha máxima de 166 km/h.</p>
<p>Enquanto isso, sob o capô do 190 E havia um suntuoso 2.3 com injeção eletrônica de 185 cv e 24 kgfm de torque, capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e a uma velocidade máxima de 200 km/h.</p>
<p>Se a comparação de desempenho e qualidade é totalmente desequilibrada, talvez você torça menos o nariz para o Monza-Benz 190 E ao saber que ele custava somente 10% do valor de um Mercedes 190 E original.</p>
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Monza-Benz 190 E: a maquiagem que fazia sedã da Chevrolet virar Mercedes