<p>Se alguém pode comemorar o resultado positivo da retrospectiva de fim de ano, este alguém é <b>Clayton Nascimento</b>, 36. Após sucesso nos palcos brasileiros, o ator partiu para uma maratona por 11 países, do México à Rússia, carregando nas malas o premiado <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/os-5-crimes-barbaros-que-inspiraram-macacos-fenomeno-teatral-do-momento/">monólogo <i>Macacos</i></a>, que narra tragédias reais envolvendo a população negra. Além do destaque internacional, inclusive no jornal britânico <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/o-destaque-do-the-guardian-ao-especial-falas-negras-da-globo/"><i>The Guardian</i></a>, o trabalho levou o artista a discursar no <a href="https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/supremo-tribunal-federal/">Supremo Tribunal Federal</a> e a roteirizar o especial <i>Falas Negras</i>, da TV Globo, que debate o racismo no reconhecimento fotográfico de pessoas em investigações policiais. À <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente">coluna GENTE</a>, Clayton faz um balanço de 2024, lembra como foi a viagem para o exterior e adianta planos para o que vem pela frente.</p>
<p><b>O que foi 2024 para você? </b>Foi muito especial. Tive a chance de conhecer muitos países, culturas diferentes… Amo comer, então, comi muito bem. Ao mesmo tempo, tive a chance de falar no <a href="https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/supremo-tribunal-federal/">STF</a>, na presença de ministros, sobre a importância do acesso de um corpo como o meu na arte, na educação e na cultura. Nunca imaginei que isso poderia acontecer na vida. Neste ano, também assinei o roteiro de <i>Falas Negras 2024</i> e tive a experiência de ser apresentador de um programa de TV no dia 20 de novembro e na primeira vez que o Dia da Consciência Negra foi feriado nacional. Com certeza, 2024 fica marcado como reflexo do que o trabalho, a dedicação e a perseverança podem fazer na vida de alguém. </p>
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<p><b>Como foi a recepção da peça fora do país?</b><b> </b><span>Muito melhor do que poderia imaginar. Fui muito bem recebido, as plateias estavam cheias, consegui interagir com o público. Tive grande crescimento artístico, cultural, social, por conhecer tantas culturas em um ano só, sem contar as delícias das comidas típicas, músicas e expressões novas. E tive até a oportunidade de aprender um pouquinho de cada idioma, como o russo e o italiano. Posso dizer que aprendi bastante, a interpretar mais, a me comunicar com o público e a estudar mais, porque tive que aprender história desses países para apresentar o espetáculo. </span></p>
<p><b>Quais são os planos para 2025? </b><span>Estamos planejando uma turnê nacional do </span><i><span>Macacos</span></i><span>, com novidades, mas ainda não é hora de compartilhar. Já estou me organizando para escrever duas próximas obras que estão na minha cabeça há anos. Também desejo conhecer mais países e fazer alguma coisa infantil. Além disso, estou para lançar dois filmes no cinema. Estou com bastante energia artística e criadora para que novos trabalhos cheguem sem deixar jamais de olhar para o monólogo e sem deixar de olhar para </span><b>Teresinha Maria de Jesus</b><span> [mãe de </span><b>Eduardo de Jesus</b><span>, morto em 2015, ao ser baleado na porta de casa, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio], que é a minha musa inspiradora e teve o caso reaberto na Justiça a partir do espetáculo. No ano que vem, quero que esse caso se aproxime da reta final e que a gente consiga promover mais oportunidades e acessos à saúde, educação e à justiça para o povo brasileiro, sobretudo aos negros.</span></p>
<p><b>E os planos para a televisão? </b><span>Para a TV tem coisas novas se aproximando. Novos sonhos, novas narrativas, que ainda estamos em conversa, maturando.</span></p>
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Clayton Nascimento: o nome do teatro brasileiro que conquistou o mundo